UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - DCET
Curso de Engenharia de Produção e Sistema
Disciplina: Química Geral
Prof: Cleyde Rancaratti
Semestre 2009.2
RELATÓRIO DE QUÍMICA
PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
1.INTRODUÇÃO:
Uma solução é uma mistura homogênea de duas
ou mais substâncias em que a dispersão de uma substância na outra se dá
na escala de suas partículas (moléculas, íons ou átomos). Quando um dos
componentes de uma mistura é um gás ou um sólido e o outro é um
líquido, o primeiro é chamado de soluto e o último de solvente. Quando
ambos os componentes são líquidos, o componente em maior quantidade é
denominado solvente e o componente em menor quantidade é o soluto. É
claro que pode haver vários solutos em uma solução – uma solução não
precisa ter somente dois componentes.
Uma solução diluída é
aquela que contém somente uma pequena quantidade de soluto (ou solutos)
em relação à quantidade de solvente. Por outro lado, uma solução
concentrada contém uma grande quantidade de soluto. Quando se trata de
soluções é necessário especificar suas composições, ou seja, as
quantidades relativas dos vários componentes. A composição pode ser
expressa de diferentes maneiras. E uma das formas mais importantes de
medida da composição de soluções é a molaridadeou concentração, que é a
quantidade de matéria de um soluto B por litro de solução: nB / V, com
V em litros. A molaridade de B pode ser representada como: [B], MB ou
cB.
Análise Volumétrica é o procedimento analítico
quantitativo, no qual a quantidade desconhecida de um composto é
determinada através da reação deste com um reagente padrão ou
padronizado. A solução de concentração exatamente conhecida é
denominada solução padrão e a operação que determina o volume de
solução necessário para reagir com a solução problema é denominada
titulação.
Quando a quantidade de substância cuja concentração
quer se determinar e a quantidade de solução padrão adicionada são
quimicamente equivalentes, tem-se o ponto de equivalência (ou ponto
final teórico) que é o ponto onde a reação se completa totalmente, para
uma dada estequiometria da reação. Qualquer propriedade que varie
bruscamente nas imediações do ponto de equivalência pode servir, em
princípio, para a localização deste. Um meio muito usado é o que
consiste em adicionar à solução a ser titulada um indicador, capaz de
produzir mudança de coloração quando ao término da reação.
A
padronização de uma solução convém para determinação de sua
concentração real (ou pelo menos um valor muito próximo do real). Por
meio deste processo é possível encontrar o Fator de Correção, um valor
adimensional utilizado para conformidade da concentração da solução em
questão. Antes da padronização é conhecida a normalidade teórica. Após
a padronização a concentração real da solução (normalidade verdadeira)
é definida pelo produto.
Uma solução padrão é a solução cuja
concentração é conhecida, esta pode ser preparada a partir de uma
substância primária, a qual medida a massa, que depois é dissolvida num
solvente apropriado e posteriormente diluída num balão volumétrico; ou
de padrões comerciais, que são fornecidos em ampolas hermeticamente
fechadas e que se diluem num balão volumétrico. Sendo substância
primária ou padrão primário, a substância que deve atender alguns
requisitos: grau de pureza superior a 99,95%; fácil secagem; estável
tanto em solução como no estado sólido; não higroscópico nem volátil;
não reagir com a luz; elevado peso molecular.
O método pelo
qual se determina uma quantidade desconhecida de uma substância
particular, mediante a adição de um reativo-padrão que reage com ela em
proporção definida e conhecida é denominado Titulação. A adição de um
(um reativo de concentração conhecida e freqüentemente designado como
reativo-titulado) se regula e se mede de alguma maneira, requerendo-se
um método de indicação para saber quando a quantidade do juntado é
precisamente a suficiente para reagir quantitativamente com a
substância que se determina.
Por conseguinte, conhecendo a
proporção em que reagem as substâncias e tendo determinado a quantidade
de uma substância (o reativo titulado) necessária para reagir nesta
proporção, pode-se calcular facilmente a quantidade desconhecida de
substância presente no frasco da reação.
A análise titrimétrica
está baseada na operação de titulação de uma solução por outra, cujas
características devem ser perfeitamente conhecidas. Será necessário na
titrimetria a padronização das soluções envolvidas, pois trata-se das concentrações mais exatas possíveis.
OBJETIVO:
- Preparação e Padronização de uma solução 0,1 mol. L-1 de KOH
- Determinação da acidez do vinagre
2.MATERIAIS
- Balança Analítica;
- Balão Volumétrico de 250 mL
- Béquer;
- Bureta de 50 mL
- Suporte Universal
- Erlenmeyer de 50 mL;
- Espátula;
- Pipetas volumétricas de 25 e 50 mL;
- Pisseta;
- Fenolftaleína (Indicador de PH)
Reagentes:
- Hidróxido de Potássio (KOH)
- Biftalato de Potássio (HOOCC6H4COOK)
- Vinagre comercial
3.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para uma melhor compreensão do experimento, detalharei todos os cálculos necessários ao preparo de soluções, e em seguida, apresentarei o procedimento experimental que foi dividido em três etapas:
- C
álculo da quantidade de hidróxido de potássio (KOH) necessária para preparar 500 mL de uma solução aquosa com concentração aproximada de 0,1 mol.L-1
- Reação entre Biftalato de potássio e Hidróxido de potássio
1 KOH + 1 HOOCC6H4COOK <=> 1 KOOC6H4COOK + 1 H2O

- Cálculo da concentração de hidróxido de potássio (KOH) (a partir da titulação):
P
rimeiramente,
calculamos a média da massa e do volume, dados apresentados na tabela
2. E depois calculamos a concentração padrão de KOH através da formula:


- Cálculo da porcentagem de ácido acético (CH3COOH) contido no vinagre comercial:
Primeiramente, calculamos a média dos valores registrados na tabela 3.

Após aplicamos a regra de três para encontrarmos a concentração (em mols) do ácido acético na solução:
0,0609 mol. L-1 1000mL
x (mols) 40,85mL
x = 0,00248 mols
Tendo achado esse valor, aplicamos em outra regra de três para
encontrarmos a quantidade em gramas do ácido acético em 1 mol de
solução.
1 mol 60,05g
0,00248 mols x (g)
x = 0,149g
Aplicamos então esse valor em outra regra de três para encontrarmos a
quantidade em gramas do ácido acético em 1000mL de solução.
0,149g 5mL
x (g) 1000mL
x = 29,8g
S
abendo-se
que a densidade do vinagre é 1,049g/cm³, concluímos através do calculo
abaixo que o volume de ácido acético encontrado no vinagre comercial é
de 28,4mL o que caracteriza aproximadamente 3%.

- Preparo de uma solução a partir de um soluto sólido
Pesamos na balança analítica a massa de 2,8g de KOH (massa calculada
necessária para obter a concentração de 0,1 mol. L-1 ) com o auxílio da
espátula. Após dissolvemos essa massa em um béquer com um pouco de água
destilada (o suficiente para dissolver totalmente) e transferimos a
mistura para um balão volumétrico de 500 mL. Lavamos três vezes a
parede interna do béquer transferindo a água de lavagem pra o balão e
completamos o seu volume até a marca de aferição.
Fechamos o
frasco para homogeneizar a solução, depois a transferimos para um
frasco onde foi devidamente etiquetado com a concentração.
- Padronização da solução de KOH
Pesamos duas parcelas de Biftalato de potássio em q m1 = 0,380g e m2 =
0,330g, colocamos cada uma nos erlenmeyers de 250 mL e adicionamos 75
mL de água destilada. Fechamos o frasco e o agitamos até o sólido se
dissolver. Após, adicionamos em cada erlenmeyer duas gotas de
fenolftaleína (indicador de PH), para começar o procedimento da
titulação.
Com o auxílio de um béquer, preenchemos a bureta de
50 mL, instalada em um suporte universal, com a solução de hidróxido de
potássio até a altura do menisco. Examinamos a ponta da bureta para
verificar a retenção de bolhas de ar, eliminando-as e finalmente,
acertando o nível de KOH no zero. Feito isso colocamos o erlenmeyer por
baixo da bureta e o KOH foi adicionado lentamente, gota a gota. Durante
a adição do KOH, o béquer contendo a solução de biftalato de potássio
foi agitado circularmente com uma mão enquanto a outra controlava a
torneira.
Continuou-se a adição do ácido até que houvesse a
mudança de coloração na solução (rosado), assinalando o ponto final da
titulação. Em seguida, realizou-se a leitura da bureta. Resultados
obtidos da titulação estão representados na tabela 1.
- Preparo de uma solução a partir de um soluto líquido
Diluímos, no balão volumétrico, 50 mL de vinagre comercial em água
destilada até completar a altura do menisco de 500 mL. Separamos com o
auxílio da pipeta duas soluções de 50 mL e transferimos para os
erlenmeyers correspondentes. Feito isso, adicionamos duas gotas de
fenolftaleína em cada erlenmeyer (indicador de PH), para começar o
procedimento da titulação.
Com o auxílio de um béquer,
preenchemos a bureta de 50 mL, instalada em um suporte universal, com a
solução de hidróxido de potássio até a altura do menisco, acertando o
nível de KOH no zero. Feito isso colocamos o erlenmeyer por baixo da
bureta e o KOH foi adicionado lentamente, gota a gota. Durante a adição
do KOH, o béquer contendo a solução foi agitado circularmente com uma
mão enquanto a outra controlava a torneira.
Continuou-se a
adição do ácido até que houvesse a mudança de coloração na solução
(roxeado), assinalando o ponto final da titulação. Em seguida,
realizou-se a leitura da bureta. Resultados obtidos da titulação estão
representados na tabela 3.
4.RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES
TABELAS:
Tabela1:
Titulação | 1 | 2 |
Massa do biftalato de potássio | 0,380g | 0,330g |
Volume gasto de KOH | 0,035L | 0,022L |
Tabela 2:
Média da massa | Média do volume |
0,380g + 0,330g / 2 = 0,355g | 0,035L + 0,022L / 2 = 0,0285L |
Tabela 3:
Medidas da bureta | 40,4 mL | 41,3 mL |
DISCUSSÕES:
- A primeira parte do experimento foi feito de forma satisfatória com desprezíveis fontes de erros e mínimas perturbações.
-
A segunda parte do procedimento envolveu um pouco mais de atenção na
indicação do valor observado na bureta para determinar a solução padrão
de KOH. Por esse procedimento depender da visibilidade da coloração
deve-se salientar a presença de possíveis erros na medição do KOH
padrão.
- A última parte do processo assim como na
segunda dependeu da visão e sensibilidade humana para identificação da
coloração na solução. Isso possibilitou o erro mínimo aproximado de 1%
na quantidade percentual de ácido acético presente no vinagre
comercial, visto que sabemos que o valor real é de 4% e o obtido nos
cálculos foi de aproximadamente 3%.
5.CONCLUSÃO:
Uma solução diluída expressa sua concentração de modo meramente
qualitativo. Por isso que para muitos experimentos, inclusive neste,
precisa-se utilizar soluções com concentração bem definida, expressa
quantitativamente em percentagem ou em molaridade. E é através dos
métodos analíticos de volumetria que possivelmente preparamos,
padronizamos e titulamos soluções e amostras de concentração verdadeira
desconhecida.
A diferença dos valores obtidos na prática se
deve a erros analíticos e também do método, já que este método está
vinculado à sensibilidade humana de observação da viragem de cores dos
indicadores e, portanto, sujeito a erros.
No entanto, a
proposta da experiência foi válida, pois aproximadamente 90% das
reações químicas acontecem com os reagentes dissolvidos em algum
solvente. E que muitas das coisas que consumimos são soluções. Daí a importância e dedicação dadas a este procedimento.
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