quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Segurança no Laboratório

Um laboratório é um local de trabalho com potenciais riscos de acidente, dado que se manipulam substâncias com perigosidade considerável, que se indevidamente utilizadas, podem causar danos graves de grandes repercussões.

Existem regras básicas, que se impõem a quem trabalha neste meio, nomeadamente o uso de equipamentos de protecção individual. A bata branca de algodão é um instrumento obrigatório, dada à sua reduzida inflamabilidade. O uso de luvas e óculos também é fundamental. Estar num laboratório sozinho não é aconselhado, pois em caso de acidente, ninguém poderá socorrer.

Porém, a lista de cuidados é muito mais vasta e todos eles carecem de uma atenção especial da parte dos técnicos e todos aqueles que entrem num laboratório :

  • não usar anéis ou pulseiras : manuseamento de produtos químicos, podem deixar resíduos que não devem contactar com a pele. Além de que se tornam incómodos na manipulação de materiais diversos.
  • cabelos quando compridos devem estar presos : podem entrar em contacto com produtos químicos, fogo, ou dificultar a observação uma vez que limita o campo de visão.
  • Atenção ao calçado : não se deve usar ténis de lona, sandálias ou sapatos de salto alto. O uso de calças é favorável em relação às saias. Não usar meias de nylon;
  • Nunca se deve esfregar os olhos nem se deve tocar na pele com as luvas, pois estas contêm resíduos tóxicos e perigosos.
  • Sempre que se sai de um laboratório deve-se lavar as mãos, para evitar contaminações
  • Nunca se deve pipetar líquidos com a boca, mas usar os meios adequados à medição do liquido.
  • Deve-se analisar/testar sempre os equipamentos e materiais que se vão usar. Verificar o funcionamento e vedagem das ampolas de decantação antes de começar a trabalhar. Fazer as montagens de material de modo a que não haja tensão entre as várias peças de vidro;
  • Não se pode comer, beber ou fumar num laboratório.
  • Deve existir sistemas de ventilação, para evitar temperaturas altas e propicias a riscos de incêndio/explosão.
  • Manipulação de reagentes com tendência a formar vapor tóxico e irritante, deve ser efectuada na hotte.
  • Tapar sempre os frascos de reagentes e  arrumá-los uma vez usados;
  • Não acumular material sujo em cima da bancada. passá-lo por água e colocá-lo para lavar após o uso;
  • Recolher vidro partido para recipiente adequado. Os cacos grandes são apanhados com pá e escova e os pequenos com algodão humedecido:
  • Ao diluir um ácido em água verter lentamente o ácido na água e não o inverso;
  • Rotular todos os recipientes;
O laboratório deve estar devidamente sinalizado, com mapa geral e plano de emergência interno. A indicação de localização de extintores, chuveiro, balde de areia, saídas, quadro de electricidade e torneiras de segurança é obrigatória, e deve ser do conhecimento de todos os técnicos.

O armazenamento do material e reagentes deve ser efectuado de modo a minimizar potenciais riscos , de forma acessível e de fácil manipulação, devidamente identificados e armazenados de acordo com as suas propriedades físico-químicas, perigosidade e toxicidade.

No laboratório só devem permanecer as quantidades de soluções/substâncias ou preparações químicas perigosas necessárias aos trabalhos efectuados.

Deve existir um armazém de reagentes/solventes para guardar temporariamente as substâncias que não são utilizadas com frequência. Este espaço deve ser anexo ao laboratório, ventilado e com temperaturas adequadas.

As folhas de segurança devem conter a listagem de todos os produtos químicos existentes e seus riscos, bem como fichas simplificadas de uso diário por parte dos técnicos, com indicação dos cuidados e propriedades desse produtos, bem como a sua perigosidade e toxicidade.

O plano de emergência deve conter toda a informação necessária para garantir a protecção de todos os intervenientes em caso de risco/acidente e deve ser simulado e testado sempre que se justifique. Além do levantamento dos riscos, deve conter a actuação de todo o pessoal em exercício em caso de emergência, indicação de responsáveis pela coordenação e intervenção nas emergências, planos de evacuação, indicação de pontos de concentração, sinais de alarme, listagens de equipamentos moveis de intervenção de segurança e médico, mapas de rede de agua, entre outros.

Num laboratório são produzidos diariamente uma grande variedade de resíduos, que podem representar riscos para a saúde/ambiente, pelo que carecem de uma gestão adequada que garanta o seu destino final face às exigências legais.

  1. Os resíduos devem ser separados segundo a sua natureza (sólidos /líquidos).
  2. Os resíduos sólidos devem ser recolhidos em sacos ou outros contentores apropriados e devidamente identificados
  3. Os resíduos, resultantes dos solventes orgânicos comuns, devem ser separados em cloradosnão clorados e recolhidos em vasilhame com resistência adequada. ou
  4. O vasilhame contendo resíduos de solventes deve ser identificado com: clorado ou não clorado ou outra identificação adequada.
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  5. Os resíduos aquosos, sem características especiais de perigosidade, devem ser neutralizados antes de enviados para o sistema de saneamento público.
  6. A remoção dos resíduos laboratoriais deve ser efectuada com periodicidade adequada.
  7. Os resíduos especiais (mercúrio, cianetos, benzeno, etc.) devem ser recolhidos separadamente e devem ter inscrito no vasilhame de recolha o nome ou nomes dos componentes do resíduo e as classes de perigo. Deverá existir local de armazenamento especial para eles.

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